quarta-feira, julho 30

Batman: O Cavaleiro das Trevas


O filme mais esperado do ano chegou, e chegou causando reboliço. Envolto em polêmicas, mistérios, segredos, expectativa e uma campanha de marketing completa. Mas será que é tudo isso?

Posso dizer de antemão que o filme é bom e atende a todas as expectativas, mas, atende melhor a uns do que outros. Calma, já vou explicar!

Analisando da forma como gosto, levemos em conta dois tipos de público: aquele cinéfilo, crítico, estudioso da sétima arte, que conhece todas as técnicas e afins; e aquele cidadão comum, que pega um cineminha apenas por diversão. O primeiro irá se esbaldar, saindo eufórico do cinema; o segundo achará o filme mediano, com algumas cenas de ação e momentos interessantes. Bem, então vamos à análise, e no decorrer pontuo melhor essa disparidade.

Um grande trunfo do filme é sua ambientação realista, que nos dá a sensação de que aquela Gotham City realmente exista. Tudo é muito verossímil: as ações, os diálogos, a razão e a construção de cada personagem. Afinal, em qualquer outro filme de super-herói, se tivesse que escolher entre salvar pessoas inocentes e a mulher amada, os dois seriam salvos. Aqui não!

Essa temática realista só foi possível graças ao roteiro. E que roteiro! Sensacional, do início ao fim. Afiado, ágil, sem lacunas, com explicação e resolução para tudo (Tá bom, quase tudo.). Me deu a sensação de estar assistindo o Poderoso Chefão. Epa! Ta aí um problema...assim como na saga dos Corleone, não são todos que irão entender, a história parecerá muito rápida, com muitos personagens apresentados sem maiores explicações e acontecimentos atropelando uns aos outros. Haverá quem pergunte: “Quem é aquele cara de máscara de estopa do início?” ou “Máfia? Coringa? Hong Kong? O que isso tem a ver?”. Esse é um ponto que irá diferenciar nossos dois espectadores lá de cima. Talvez a história não fique tão clara para alguns.

Cheio de pontos positivos podemos citar: direção impecável, bela fotografia, efeitos especiais “reais” (nada como uma capotagem ou um prédio explodindo de verdade), e edição e som com qualidade e estilo. Na verdade a edição (chamada de montagem no cimena) e o som merecem um parágrafo a parte.

A edição não falha, nunca. Certa vez eu li que a melhor edição é aquela que não aparece, deixa o filme fluir (já ouvi algo a respeito de tipografia também! Heheheheh...). Pois é o que acontece neste filme, quando não sentimos que houve um corte, como na cena que o Coringa faz o lápis desaparecer (hauahuahuahua), ou perto do final, quando apenas uma narração em off faz a transição entre presente e futuro.

A sonoplastia está formidável, passando a sensação de realismo desejada e envolvendo em cada cena. Até mesmo a mais absurda delas, onde o homem morcego pula de um prédio, parece real, devido ao som do vento batendo na capa. E como esquecer aquele barulho de grilo nas cenas de tensão? Mas péra aí! Cenas de ação sem som? É! Acho que o espectador número dois não vai gostar muito...

Mas um ponto que ninguém pode discordar é dos personagens. Todos dizendo que este seria o filme do Coringa, mas não! É o filme do Coringa, do Batman, do promotor Harvey Dent, do comissário Gordon, enfim, todos perfeitos, até os coadjuvantes e figurantes. Mas com especial atenção para o Coringa, claro. Sinistro, macabro, aterrorizante e ao mesmo tempo brincalhão, inocente e amável. Gestos e expressão são pouco para defini-lo, com seus tiques e trejeitos (muito ajudado pelo posicionamento de câmera do diretor).

Mas, sem dúvida, o grande “Ás” do filme é justamente ter sempre um “Ás” na manga. Ele consegue nos surpreender a cada momento. Especialmente na minha sessão a euforia na fila era tremenda, a expectativa tomava conta de todos e ouvia-se aqui ou ali: “Não vá gritar quando o Coringa aparecer, hein!”. Que nada, ele aparece naturalmente, sem nenhum estrelismo, apenas como mais um personagem do filme (Adoro! Mas senti que isso decepcionou algumas pessoas também). E as demais surpresas se seguem...

“O que!? Essa pessoa não pode morrer!!!”

“Batmoto! Como não pensei nisso antes, faz todo sentido!”

“Não pode ser! Achei que só apareceria no próximo filme!”

O que me impressiona é como mantiveram tudo isso em segredo, tamanha a divulgação e falatório encima do filme. Divulgação que, aliás, foi sensacional e tem tudo a ver. Quem acompanhou verá diversas referências.

No final da sessão, ao ponderarmos o filme como um todo, temos outra surpresa. Lembra dos eufóricos no início da sessão? Jogaram um balde de água fria. Saíram todos caladinhos, hauhauahuahauah. Não que o filme seja ruim, muito pelo contrário, é que os acontecimentos nos levam a sentir isso. Pra mim foi o máximo, gosto de filmes que conseguem mudar essa visão do espectador, mas novamente captei a sensação de: "Não era isso que eu esperava..."

Há alguns preciosismos que um olhar mais atento irá notar, mas isso deixo para vocês descobrirem. (Um caminhão de bombeiros pegando fogo? Quanta ironia não? Só podia ser coisa do Coringa! Sensacional!!!)

É, desta forma acho que a nota varia entre 9 e 10, ou 6 e 7...sei lá...depende. Eu sou um pouco dos dois, fico com 8.

E obrigado a todos que leram até aqui! Heheheheheh

3 comentários:

gUST disse...

eu li até ak, rsrsrs
e concordo com você, em partes

Anônimo disse...

Interessante a analise, mas eu discordo de umas coisas. Principalmente da entrada do Coringa, que na minha opnião, foi uma entrada sensacional e não como mais um personagem do filme. Aliás a cena da introdução do filme (e do coringa) é fantástica.
E na minha opnião os personagens que eu mais gostei e destaco foram o Coringa e o Gordon. Destaco também o ultimo dialogo do coringa com o batman, aquele velho cliche, sempre há uma oposição a altura.
Quanto a batmoto, eu sinceramente não sou muito fã daquele tanque e das coisas que ele faz..
É de fato um filme imperdivel, quando você acha que ta acabando sempre tem mais coisa pra acontecer..

Daniel disse...

Entendi o que quis dizer Arthur, sobre a entrada do coringa. A cena em si é excelente sim. O plano do banco, etc...talvez eu não me expressei bem...tava me referindo à aparição em si...a primeira vez q ele aparece, entendeu? Num tem nada de especial, ele simplesmente tira a máscara. Nada dele saindo das sombras com aquela trilha sonora batida (dath vader?), ou dele se maquiando, como o rambo amarrando a fitinha antes de ir pra guerra...hauahuahuahauh...tá bom...aí apelei.

Mas entendeu? Talvez o conceito seja o mesmo, só que aplicado numa cena inteira, logo na introdução.