Hiato

do Lat. hiatu, acção de abrir a boca

s. m.,
encontro de duas vogais sonoras, uma no fim de uma palavra, e a outra no princípio da palavra seguinte, dando mau som e obrigando a abrir muito a boca;
orifício;
fenda;
intervalo;
fig.,
falha;
lacuna.

A tempos venho imaginando um momento para usar essa palavra: Hiato. Lembra hiena, iate, ou qualquer outra palavra que termine com ate. Como vocês podem ver o próprio hiato é um hiato, ou seja ele é um hiato antes mesmo de ser denominado um. Filosofia pura!
Pensando nesse contexto meio absurdo de levar a parte como um todo e vice-versa, vejo algo extremamente relevante, que vem ocorrendo na fatídiga e carente sociedade na qual vivemos: é a necessidade de pensarmos o contrário. Isso mesmo, pode rasgar seu dicionário Aurélio agora, melhor queime-o, assim você ainda contribui com o aquecimento global e ganha uma estrelinha na testa.
Essa necessidade de não acharmos que somos hiatos, que somos seres evoluídos o suficiente para nos estabelecermos como um todo e não como parte de um, pode ser benéfica. Posso estar sendo hipócrita, mas quem é que não gosta de se sentir único? Saber que só existe alguém no mundo com essa sua capacidade incrível de ser imbecil é maravilhoso. Algo do tipo: Ei, você não faz o que eu faço, mané!!!
São coisas assim que fazem de nós hiatos falidos. Somos quem somos, e não quem queremos ser. Quem me dera ser um ditongo e poder ficar juntinho numa mesma sílaba.
Ahh, quem me dera...
E ainda me dizem que sou cínico.